Felipe Marinho - Poesia
É sobre a pele. É sobre a minha humanidade.
Eu não aceito as migalhas da liberdade.
Eu não conheço racismo reverso para quem tem acesso social,
Mas eu entendo a cota para quem sofre violência estrutural.
A carta de alforria era só para diminuir despesas,
Não se pensou em educação, saúde, recursos humanos para população negra.
E assim é hereditário,
Negro herda a fama de ladrão e os trabalhos secundários.
É só dar um rolê no fim de domingo,
Observar a cor dos que passeiam e a cor dos mendigos.
Só nós sabemos na pele a negação dos fatos históricos,
Nossa cultura chutada e a maior representatividade nos velórios.
Eu tô cansado do teu eurocentrismo, que basicamente é isso:
‘Cala boca preto que eu sei do teu racismo’,
Mas eu só vou aceitar um branco falando de racismo quando for em tom de desculpa,
Você não pode dar seu protagonismo se você não conhece a luta.
Incomoda tanto, negro no protagonismo,
Que quase eles afirmam que Mandela não tinha história quando falam de vitimismo.
Vitimismo sim! É uma questão lógica,
Claro que pedimos para sermos perseguidos pelos seguranças na loja;
Vitimismo sim. É uma questão social,
Pedimos também para sofrermos um extermínio policial;
Vitimismo sim e prática,
Pedimos também para sermos maioria da população carcerária;
Vitimismo sim, do jeito que ‘cês gosta’,
Maioria no presídio, minoria na escola;
Vitimismo sim, talvez coisa de louco,
Quando o difícil é ser negro e morrer idoso;
Vitimismo sim de gente feia,
Quando adoramos ter nossa carne regada pelo teu padrão de beleza;
Vítimas de um massacre triste;
E quem não sente na pele analisa de longe, julga e acha simples e conclui:
Que racismo no Brasil não existe.
Eu não aceito as migalhas da liberdade.
Eu não conheço racismo reverso para quem tem acesso social,
Mas eu entendo a cota para quem sofre violência estrutural.
A carta de alforria era só para diminuir despesas,
Não se pensou em educação, saúde, recursos humanos para população negra.
E assim é hereditário,
Negro herda a fama de ladrão e os trabalhos secundários.
É só dar um rolê no fim de domingo,
Observar a cor dos que passeiam e a cor dos mendigos.
Só nós sabemos na pele a negação dos fatos históricos,
Nossa cultura chutada e a maior representatividade nos velórios.
Eu tô cansado do teu eurocentrismo, que basicamente é isso:
‘Cala boca preto que eu sei do teu racismo’,
Mas eu só vou aceitar um branco falando de racismo quando for em tom de desculpa,
Você não pode dar seu protagonismo se você não conhece a luta.
Incomoda tanto, negro no protagonismo,
Que quase eles afirmam que Mandela não tinha história quando falam de vitimismo.
Vitimismo sim! É uma questão lógica,
Claro que pedimos para sermos perseguidos pelos seguranças na loja;
Vitimismo sim. É uma questão social,
Pedimos também para sofrermos um extermínio policial;
Vitimismo sim e prática,
Pedimos também para sermos maioria da população carcerária;
Vitimismo sim, do jeito que ‘cês gosta’,
Maioria no presídio, minoria na escola;
Vitimismo sim, talvez coisa de louco,
Quando o difícil é ser negro e morrer idoso;
Vitimismo sim de gente feia,
Quando adoramos ter nossa carne regada pelo teu padrão de beleza;
Vítimas de um massacre triste;
E quem não sente na pele analisa de longe, julga e acha simples e conclui:
Que racismo no Brasil não existe.
Simplismente adorável! Parabéns, é um slam muito lindo, até me emocionei!👏💖
ResponderExcluirMe autoriza fazer um vídeo com essa poesia eu indico o blog!
ResponderExcluircara eu queria bastante o contato da pessoa que organiza o slam , tenho um evento muito parecido e quero levar ao máximo de pessoas possíveis
ResponderExcluirquero mostrar o outro lado da moeda , o lado da rua , mostrar que a gente tem voz e precisamos ser ouvidos - 900POR1 VEM PRA CENA