Mel Duarte - Poesia
Meu nome é doce mas não se iluda Em tempos de guerra é preciso convocar seu Buda Astuta sigo na labuta Ta bom! Você quer espaço? Eu chego pro lado, não precisa de disputa. Sigo a minha intuição, vozes por vezes sussurram em meus ouvidos Pois na rua qualquer movimento suspeito é identificado como perigo Quando vejo homens abusando do livre arbítrio, Enquanto irmãs fraquejam sem um ombro amigo. Nessa selva de pedra, meu teto é de zinco Sou atleta, exercito minhas palavras para acertarem seu íntimo Um tanto quanto inquieta quando a vida impões seus labirintos Preta. Poeta. De raro instinto. Não quero festa cara, nem roupa de gala O que eles gastam em um dia é o mês que minha mãe trabalha Não sou ambiciosa, meu sonho não é riqueza Eu quero invadir escolas com histórias negras! Pois durante anos fomos silenciadas, amarradas Abusaram das nossas, as convenceram de que não eram nada Só que a minha geração não fica mais calada, Hoje minha boca é meu escudo e minha espada. A sociedade...